Fiz um post no Instagram que está movimentando a rede e quero que você conheça a história completa e que eu nunca havia contado antes.
O ano era 2011. Eu morava em Viçosa, interior de Minas Gerais e estava cursando o Mestrado em Biologia Celular e Estrutural. Eu já havia finalizado todas as análises. Depois de tantos atrasos, mudanças e choro, finalmente eu havia finalizado as análises do material. Agora só faltava escrever o texto e apresentar a Dissertação para a banca avaliadora, o que chamamos pelos corredores de “Defender o Mestrado”.
E foi nesse momento que a minha mente começou a me sabotar. Eu comecei a procrastinar muito. Muito mesmo.
Abria o arquivo com os dados e qualquer coisa me distraía. Me lembro como se fosse hoje. Eu dividia apartamento com outras 3 meninas, e qualquer coisa era desculpa válida para sair de casa e ir na padaria ao lado do prédio.
Ou no mercado.
Ou então conversar na sala.
Ou então assistir series.
Ou ajudar a colega no laboratório.
Enfim, quando você não quer fazer aquela tarefa, é tão fácil encontrar uma distração….
Eu fingia que escrevia dezenas de vezes. Me enganava e me iludia de que iria terminar logo.
Me dava um branco cada vez que abria o Word. Digitava a mesma linha dezenas de vezes.
Até que um dia recebi a ligação da minha mãe, em um horário que ela não costumava ligar.
Meu corpo gelou. Eu sabia que era algo ruim.
E era minha mãe avisando que minha amada avó havia falecido. Fiquei sem reação por alguns minutos e começou a correria.
Imediatamente organizei uma mochila e fui para a rodoviária encontrar o próximo ônibus para minha cidade de origem. Foram mais de 7 horas de distância.
Passei alguns dias com a minha mãe após o enterro, até que retornei para Viçosa.
E agora? E agora que eu comecei a me sentir presa naquela cidade e eu só queria sair de lá o quanto antes. Mas havia um empecilho…. a defesa de Mestrado.
Eu DECIDI que finalizaria aquela Dissertação naquela semana e entregaria.
Reuni todos os resultados que fariam parte daquele texto, organizei os artigos de referência e comecei a escrever.
Escrever.
Escrever.
Nada mais importava além de escrever. Foi uma semana intensa, cansativa, mas eu tinha um foco e nada iria me distrair.
Eu dominava aquele assunto. Eu sabia o que deveria ser discutido. Eu sabia o que precisava fazer.
Eu passei dois anos me preparando para essa redação. Eu havia aprendido tanta coisa, me dedicado. Eu já sabia a linha de raciocínio da dissertação.
Era em texto corrido, com espaço livre para imagens e gráficos.
Eu sabia que daria conta porque já estava tudo desenhado na minha mente. Eu só precisava digitar.
Quando finalizei tudo e entreguei para a professora fazer a primeira correção o sentimento foi de alívio.
Eu tinha certeza de que havia entregado o meu melhor. Que o texto estava coerente, que as imagens estavam da melhor forma que eu sabia fazer naquele momento, e que a formatação respeitava o que o Programa aceitava naquela época.
Quando ela deu o OK de que poderia defender, eu organizei os professores da banca e marquei a data.
Defendi e o sentimento foi de liberdade.
Ninguém sabia que dentro de mim estava um turbilhão assim.
A defesa aconteceu da melhor forma possível, os professores da banca elogiaram o trabalho desenvolvido e o texto apresentado, fui aprovada com conceito A e, depois de tudo isso, finalizei minha mudança de cidade e fiquei próximo a minha família.
Fiz as correções sugeridas pela banca, e voltei apenas para entregar a versão final, e formalizar minha formatura.
Bom… o restante posso contar em um outro momento mas o que eu quero te mostrar com essa história.
Eu demorei semanas enrolando e prolongando o sofrimento sendo que eu já tinha em mãos aquilo que poderia resolver meu problema: eu já tinha os resultados, já sabia como organizar as tabelas, os testes estatísticos já estavam prontos, as imagens, a sequência lógica dos fatos, o caderno de laboratório com as informações de metodologia.
Eu só precisava escrever. E eu só consegui fazer isso em tempo recorde porque eu já dominava uma estratégia de escrita (sem nem saber que isso existia). Mas eu já pensava de forma lógica e consegui colocar no papel da forma como deveria ser estruturado.
Segui o passo-a-passo clássico da escrita científica: reuni os resultados, organizei os artigos da referência bibliográfica, estruturei o texto dos resultados, a discussão, objetivos, metodologia, introdução, pré-textuais, título, revisei tudo e finalizei a formatação.
Dominar uma estratégia de escrita sempre me trouxe vantagens. Que somente hoje eu enxergo como vantagem.
O ano foi 2011, as regras eram outras, minha escrita já mudou absurdamente desde então e eu sigo aprimorando o que eu acredito: ter um processo de escrita é libertador.
E eu quero te dizer que ter um processo de escrita pode mudar o seu jogo também.
Se hoje eu fosse ler esse texto do Mestrado (o que eu não farei), com certeza o acharei simples demais. Que bom! Afinal, já fazem mais de dez anos desde que tudo isso aconteceu. Se lá atrás eu consegui fazer tudo isso com a dor do luto em meu corpo, o que eu pude construir desde então foi aprimorar, estudar mais e desenvolver aquilo que me é tão natural.
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Bruna Thomazini
Mentora Acadêmica
Thomazini Instituto de Assessoria Científica
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